O Passeio




Era uma noite tranquila. A menina de pijamas havia tido um dia maravilhoso na casa da sua avó: brincou com bonecas, comeu bolo com chá, aprendeu a colocar os paninhos da mesa do almoço no lugar correto, correu bastante no quintal e ainda jantou uma sopa maravilhosa.

A menina de pijamas já estava deitadinha em sua cama, sonolenta e relaxada, até que ela ouviu uma risadinha engraçada vindo logo ali do seu lado.


A menina, sempre curiosa, levantou um pouquinho para olhar o que era. Não viu nada então perguntou: “Quem está rindo?”.


A resposta veio em outro sorriso e uma voz que ela sempre ouvira apenas em sua imaginação a respondeu “Sou eu, aqui na casinha! Venha também!” . A menina levantou um pouco mais a cabeça sem acreditar no que ouviu.

Ora essa! Era a sua boneca de pano, abrindo a porta da casinha de bonecas para uma fila de bichinhos de borracha e de pelúcia entrarem. A menina arregalou os olhos espantada. Nunca imaginou que seus brinquedos pudessem dar uma festa!

A boneca segurou na mão da menina e juntas elas entraram na casinha de bonecas.


Lá dentro os brinquedinhos de apertar, as pelúcias e até mesmo a boneca que foi de sua avó e nunca saia da prateleira, estavam sentadas à mesa, comportadas e sorridentes, tomando chá e comendo bolinhos. Que festa legal!


A menina estava sem fome e educadamente recusou um pedaço do bolinho que um ursinho ofereceu, mas tomou um golinho do chá numa minúscula xícara que parecia de brinquedo até mesmo para os brinquedos.

Ela notou que as bonecas estavam do seu tamanho, ou melhor, ela estava do tamanho das bonecas, e pode dar um grande abraço em todas as suas amigas. Algumas eram macias, outras eram emborrachadas, algumas até mesmo um pouco duras, como a tal boneca da vovó, mas todas deram abraços de amizade sincera.

Nesse momento um carrinho sorridente com rodinhas que brilham parou bem ao seu lado, buzinando "Bi bi!" abriu a porta e piscou seus faróis, convidando a menina para um passeio.


Ela subiu no carrinho e puxou um pequeno cinto de segurança colorido. Na mesma hora o carrinho acelerou muito rápido, correndo entre os pés da cama, passando por montanhas de roupa no chão, fazendo manobras radicais ao redor dos sapatos e até subindo nas paredes!


O carrinho subiu pelas paredes até o teto, onde duas lagartixas que conversavam numa fresta quase caem pulando de susto! . Ela deu tchauzinhos e as lagartixas sumiram fugindo da agitação.

O carrinho correu como o vento subindo a prateleira dos livros, se sacudindo todo passando pelas lombadas de vários tamanhos e a menina ria de doer a barriga com tanta emoção!
Ao chegar à janela o carrinho foi mais devagar para a menina poder ver todo o jardim. Qual não foi sua surpresa ao ver que sua estrelinha musical estava sentada no parapeito e lhe deu um alô com seus sons de plim-plim! A menina desceu do carrinho e subiu na estrelinha, que alçou voou pelos ares, rodopiou como um peão e num giro chegou até a Lua.

A menina nunca imaginou ir tão alto, vendo a cidade inteira como luzes de pisca-pica pequeninas, lá embaixo. A Lua, que parecia dura vista pela janela de casa, era um grande travesseirão redondo, que a estrelinha pulou e pulou “Bóim! Bóim! Bóim!”  fazendo os cachinhos dos cabelos da menina pularem junto. No maior pulo elas pegaram um grande impulso e foram parar numa constelação. A menina pulou de pé em pé nas estrelinhas. 

Pulinho aqui "Plim-plim" da estrelinha. 

Pulinho alí "Plim-plim-plim". 
Se equilibrando numa e n’outra com um pé e depois o outro.

A menina subiu novamente na sua estrelinha de passeio e dessa vez foram macias, lentamente, descendo até as nuvens.

Que gostoso descobrir que as nuvens tem cheirinho de sopa. Isso mesmo: as nuvens eram feitas da fumacinha que sobe quando o vovô faz uma sopa na panela e tira a tampa para provar, e ficam com aquele cheirinho gostoso passeando pelo céu.

Ela desceu naquela maciez com cheirinho de casa, e tudo era tão fofinho que ela quis deitar e rolar.

A menina de pijamas ficou tão confortável na nuvem, que rolou um pouco, mais um pouco e foi sendo abraçada por toda aquela fofura morna e macia até que parou apenas para sentir aquele abraço gostoso no céu.

Ela nem notou que já estava dormindo, que todo o seu quarto estava quietinho e que ela sorria feliz e dormia tranquila.

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